BRASIL INICIA A DISCUSSÃO SOBRE O PROJETO DE SEU PRIMEIRO
REATOR NUCLEAR DE PEQUENO PORTE - SMRB
Seguindo a tendencia mundial, tecnologia de SMRs poderá ser a solução para uma matriz limpa e
livre de termelétricas a carvão
No momento em que o governo discute com a sociedade as diretrizes do “Plano Clima”, com a possibilidade de substituir as termelétricas a carvão por Pequenos Reatores Modulares – os chamados SMRs, o setor nuclear brasileiro começa a discutir seu próprio projeto de reator modular de pequeno porte nacional – o SMR Brasileiro, tendo como referência o projeto do Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (LABGENE), da Marinha do Brasil, onde está sendo desenvolvido o protótipo do submarino de propulsão nuclear brasileiro.
O tema vai ganhar um dia inteiro de debates através de um workshop que acontecerá durante o XV Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN 2024), marcado para o período de 27 a 29 de agosto próximo, na sede da SEAERJ (Rua do Rússel, nº 1, Glória, Rio de Janeiro). O workshop é uma parceria da Casa Viva, realizadora do SIEN 2024, com a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), que propôs o tema e convidou a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul) e a Marinha do Brasil, representada pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), para ajudar a criar e
organizar o conteúdo.
A edição 2024 do SIEN/ENCOM, que marca os 15 anos de realização do evento, vai colocar este desafio na mesa de debates. Além de outros como a conclusão de Angra 3, novas usinas, mineração de urânio e produção de combustível, entre outros. O evento terá formato híbrido (presencial e virtual), com transmissão ao vivo e tradução simultânea. Prevê também a realização do ENCOM – Encontro de Comunicação, ferramenta estratégica para sensibilizar a sociedade sobre os benefícios socioambientais e econômicos da tecnologia nuclear, além do workshop especial sobre o projeto do SMR Brasileiro.
O PROJETO DO SMR BRASILEIRO
Embora ainda tratado timidamente como “possibilidade”, o projeto de um SMR Brasileiro está muito próximo de virar realidade. A Amazul, por exemplo, já iniciou, recentemente, um processo interno de capacitação de pessoal e estudos voltados para os SMR. O objetivo da empresa é se estruturar para, no futuro, estar apta a desenvolver um projeto de SMR nacional (SMRB) que aproveite, na forma de spin off, todo o conhecimento tecnológico desenvolvido no Brasil e da cadeia produtiva do setor nuclear já existente em função do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub).
A realização deste evento durante o SIEN 2024 será muito oportuna em função do grande interesse mundial pelos reatores modulares de pequeno porte. Essa tecnologia traz uma mudança de paradigma e grande oportunidade de reduzir o tempo de construção e os custos iniciais de implantação associados às grandes centrais nucleares. Isso certamente levará a uma maior participação da energia nuclear na matriz energética global, com efeitos positivos para atual necessidade de redução de emissões de carbono, mantendo a necessária segurança energética pela diversificação das fontes (menor vulnerabilidade do sistema) e com a necessária garantia do abastecimento para atendimento das pessoas e da economia.
Além da geração de energia para o Sistema Integrado Nacional (SIN) ou para localidades isoladas, muitas outras aplicações estão sendo estudadas e desenvolvidas com base nos SMRs. Dentre as principais, e que possuem potencial de serem aproveitadas no Brasil, com a tecnologia aqui dominada (PWR), estão a geração de energia e calor para aplicações industriais, a produção de água potável por meio de dessalinização, a produção de hidrogênio sem geração de carbono ou gases do efeito estufa e a produção de combustíveis sintéticos que substituirão os combustíveis fósseis no futuro, dentre outras.
Muito tem sido discutido, no Brasil e no exterior, com relação às possibilidades e sobre as novas tecnologias em estudo nos mais de 80 projetos de SMR em avaliação no exterior. O momento é oportuno para reunirmos todas as instituições e autoridades envolvidas nessas discussões sobre o
futuro SMBR.
Assim, este workshop terá um olhar voltado para o setor nuclear nacional, considerando os desenvolvimentos científicos e tecnológicos nacionais já alcançados, a capacidade de investimento e de parcerias, o aproveitamento e aprimoramento da cadeia produtiva existente, a necessidade de estruturação da formação de pessoal no médio e longo prazo, os desafios para o licenciamento ambiental e nuclear dessa nova forma de expansão do setor e a sempre presente necessidade de desmistificar a energia nuclear junto à opinião pública e aos decisores.
SERVIÇO
INFORMAÇÕES GERAIS:
XV Seminário Internacional de Energia Nuclear – Rio de Janeiro / Brasil
Formato: híbrido com tradução simultânea
LOCAL: Sociedade dos Engenheiros e Arqiotetos do Estado do Rio de Janeiro – SEAERJ
Endereço: Rua do Russel, Nº 1, Glória, Riop de Janeiro
7º ENCOM: Encontro de Comunicação do Setor Nuclear
Dia 29/08/2024
Público on-line estimado: 2.000 pessoas
Workshop “SMR brasileiro. Uma proposta”
Temas em pauta
Ø Tipo de reator e potência (térmica e elétrica) – LABGENE como referência (We estará associada às características das localidades onde serão instaladas e suas aplicações)
Ø Tipo de combustível (LEU ou HALEU) (produção e suprimento)
Ø Capacitação de pessoal
Ø Localização (definição, licenciamento, construção) e Adaptabilidade para planta flutuante (FNPP)
Ø Cadeia de suprimento e Produção nacional de componentes padronizados (design, engineering, procurement and contracting). Parcerias também
para operação.
Ø Principais aplicações (Off grid, calor industrial, dessalinização, produção de hidrogênio e synfuels)
Ø Marcos regulatórios adaptados à tecnologia e ao Licenciamento (interação prévia com o regulador, projeto licenciado, licença para construção, comissionamento e licença de operação)
Ø Financiamento = Fator Crítico (público, privado, misto, fomento) / (debt, equity, bonds..)
Ø Aceitação Pública e Engajamento dos atores (Governos – 3 esferas, ONG, sindicatos, sociedade, academia e consumidores)