TARIFA DE ANGRA 3 DEVE FICAR POUCO ACIMA DE R$ 500,00/MW
Retomada de Angra 3 vai ser discutida durante o XV SIEN, que prevê também um workshop sobre o
primeiro SMR brasileiro
O BNDES já concluiu os estudos de modelagem e viabilidade técnica e econômica para a retomada e conclusão das obras da usina nuclear Angra 3, e o preço da sua energia ficará “um pouco acima” de R$ 500 por MWh. A noticia foi dada pelo deputado federal Julio Lopes, presidente da Frente Parlamentar Nuclear e membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara, à Agência Brasil Energia, em reportagem no último dia 09 de julho.
Às vésperas da decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que deve se reunir em setembro próximo para “bater o martelo” sobre o futuro de Angra 3, à luz dos estudos do BNDES, a retomada das obras da terceira usina brasileira vai ser tema de debate durante o XV Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN 2024), que acontece de 27 a 29 de agosto próximo, na sede da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj).
A edição 2024 do SIEN/ENCOM, que marca os 15 anos de realização do evento, vai promover também um grande debate sobre o projeto de desenvolvimento do primeiro reator nacional de pequeno porte – o SMR brasileiro. Em todo o mundo, já existem cerca de 80 projetos de SMRs em desenvolvimento, e o Brasil quer projetar o seu tendo como referência o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE), que será utilizado pela Marinha do País para validar todas as condições de operação possíveis do submarino de propulsão nuclear brasileiro .
Angra 3 deve decolar
De acordo com o deputado Júlio Lopes, o estudo do BNDES será encaminhado este mês à Eletronuclear, a tempo de que o preço da energia seja referendado pela EPE e de que o estudo possa ser aprovado na reunião do CNPE, prevista para acontecer em setembro de 2024. O parlamentar considerou muito adequada a precificação, em torno de quinhentos reais, o que é bastante abaixo do custo das termelétricas a hidrocarboneto que está em torno de setecentos e cinquenta reais.
Lopes está convicto de que tanto a EPE aprovará os cálculos do BNDES quanto o CNPE dará sua aprovação final para que possa ser preparado o edital de escolha do consórcio (epecista) que irá tocar a obra, estimada em cerca de R$ 20 bilhões. “Se Deus quiser, por volta de março do próximo ano estaremos dando reinício à obra”, afirmou à agência Brasil Energia.
De acordo com as informações, a EPE precisará de 60 dias corridos para dar seu veredicto a respeito do estudo do BNDES a respeito da definição tarifária. Segundo o parlamentar fluminense, o atual governo não estava politicamente alinhado com a ideia da retomada da obra, mas esse alinhamento foi sendo construído” a partir da interação do Congresso Nacional com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
“Hoje”, disse Júlio Lopes à Agência Brasil Energia, “o ministro, que tem uma proximidade muito grande com o presidente Lula, entende perfeitamente o problema e está convicto de que não há outra opção a não ser executar e acabar a obra de Angra 3”.