Layout do blog

CARLOS EMILIANOELEUTERIO • November 18, 2022

O SETOR DE ENERGIA NUCLEAR ESTÁ PRONTO PARA CRESCER NO BRASIL


Entraves burocráticos e falta de regulamentação mais clara, porém, afastam investidores

O potencial de investimento e negócios do setor de energia nuclear foi o principal tema do segundo dia do XIII Seminário Internacional de Energia Nuclear, realizado no período de 08 a 10 de novembro, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro

da capital fluminense. 


O moderador do Painel 1 (Novas plantas nucleares no Brasil: modelo de negócios e financiamento, sítios e potencial de investimentos), o presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Carlos Mariz, informou que o consumo médio de energia elétrica no Brasil é de 2.500 kw por pessoa/ano. Ele avalia que deveria ser de pelo menos 5 mil kw. “Temos que mudar os paradigmas para acelerar a construção de mais usinas nucleares. Foram mapeados 40 sítios para instalação de fontes nucleares, mas nada foi feito”, criticou. 


O superintendente de Planejamento Estratégico e Comercialização das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), João Carlos Tupinambá, foi um dos que analisou as perspectivas, oportunidades de parcerias e mercado internacional, com a flexibilização da mineração de urânio. Ele falou sobre o Projeto Santa Quitéria, implementado no Ceará, que tem a previsão de produzir anualmente 1.050.000 toneladas de fertilizantes fosfatados, 220.000 toneladas de fosfato bicálcico e 2.300 toneladas de concentrado de urânio. “Isso muda o patamar do Brasil. Certamente vamos precisar de parceiros. Nesse sentido, a medida provisória (MP – 1133, que autoriza a participação da iniciativa privada na exploração de minérios nucleares) é boa, mas tem uma série de gaps. Falta regulamentar”, avaliou. 


A cadeia produtiva da energia nuclear foi o tema do Painel 3. A coordenadora de P&D+I da Eletronuclear, Karla Lepetitglang, analisou a dificuldade de se conseguir fornecedores no Brasil. Alguns dos entraves, listados por ela, são: o baixo grau de nacionalização do setor, poucos fornecedores, falta de capacitação de mão de obra, o custo operacional e a variação cambial (que pode estourar um orçamento de um dia para o outro). Tudo isso tem impactado a construção da usina de Angra 3. A solução, porém, parece estar muito mais perto do que se pensava. “Derrubamos muitos mitos. Hoje compramos 84% dos nossos itens no mercado brasileiro. Decidimos apostar e investir nas microempresas. Muitas vezes, pela escala pequena, muitas grandes indústrias não se interessam em serem nossas fornecedoras. Estamos trabalhando, junto com o Sebrae, para desmistificar essa ideia de que é muito difícil para uma pequena empresa fornecer para o setor de energia nuclear”, disse. 



O XIII Seminário Internacional de Energia Nuclear, realizado pela Casa Viva, se encerra nessa quinta (10/11). Nesta edição, o evento tem como tema “Tecnologia Nuclear – Amiga do Clima, do Homem e do Planeta”. O encontro reúne especialistas para debater a energia nuclear e seu potencial para alavancar o desenvolvimento da indústria brasileira e diminuir a emissão dos gases que causam o efeito estufa. Entre os participantes estão a ABDAN (Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares); o Vice Diretor Geral e Chefe do Departamento de Energia Nuclear da Agência Internacional de Energia Nuclear - AIEA, Mikhail Chudakov; os presidentes da ENBPar, Ney Zanella; da CNEN, Paulo Roberto Pertusi; da Eletronuclear, Eduardo de Souza Grivot Grand Court; da NUCLEP, Carlos Seixas; e da INB, Carlos Freire; e o Diretor Técnico da Amazul, Carlos Alberto Matias. 


28 de outubro de 2024
Iniciativa da AIEA para agilizar a implantação de SMR avança para a fase de implementação A energia nuclear é a segunda maior fonte de eletricidade de baixo carbono hoje, depois da energia hidrelétrica, e responde por cerca de 25% da eletricidade limpa do mundo
28 de outubro de 2024
Novo relatório da AIEA sobre mudanças climáticas e energia nuclear pede aumento significativo no financiamento Mecanismos de financiamento que apoiem a escala, a força de trabalho e o desenvolvimento da cadeia de suprimentos serão necessários para atingir as metas climáticas 
28 de outubro de 2024
REATORES DE PEQUENO PORTE DEVERÃO SER ALIADOS PODEROSOS NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA  SMRs poderão apoiar a descarbonização da indústria siderúrgica, de cimento, alumínio e nos transportes
Por CARLOS EMILIANOELEUTERIO 16 de setembro de 2024
Valor para desistir do empreendimento é similar ao de finalizar; tarifa de comercialização proposta é R$653,31/MW h Transcrito do Site da Eletronuclear
Por CARLOS EMILIANOELEUTERIO 14 de agosto de 2024
ORIENTAÇÃO SOBRE MARCOS DA AIEA É REVISADA E ATUALIZADA PARA INCLUIR CONSIDERAÇÕES SOBRE SMRs  Matt Fisher, Departamento de Energia Nuclear da AIEA Fonte: News Letter da AIEA
Por CARLOS EMILIANOELEUTERIO 15 de julho de 2024
Retomada de Angra 3 vai ser discutida durante o XV SIEN, que prevê também um workshop sobre o primeiro SMR brasileiro
Por CARLOS EMILIANOELEUTERIO 2 de julho de 2024
BRASIL INICIA A DISCUSSÃO SOBRE O PROJETO DE SEU PRIMEIRO REATOR NUCLEAR DE PEQUENO PORTE - SMRB Seguindo a tendencia mundial, tecnologia de SMRs poderá ser a solução para uma matriz limpa e  livre de termelétricas a carvão
27 de outubro de 2023
NUCLEAR NO FUTURO DO SETOR ELÉTRICO Armando Ribeiro de Araujo
Por CARLOS EMILIANOELEUTERIO 28 de setembro de 2023
Projeto é resultado da tese de mestrado de um profissional da empresa
Por CARLOS EMILIANOELEUTERIO 21 de setembro de 2023
​ Eletronuclear registra recorde de pessoas interessadas no tema*
Mais Posts
Share by: